Ano

2013
Queer-mente

“I always tried to use shock as a way to get you to see something different. In the same way that I hate jokes, but I like wit. I’m trying to use shock in a way to hopefully stop you in your tracks and make you laugh and then look at something differently.”

 John Waters


No Queer Lisboa 2013 homenageia-se John Waters, realizador, argumentista, actor, comediante e jornalista. Responsável por filmes de culto como “Pink Flamingos”, “Hairspray” e “Cecil B. DeMented”. John Waters faz da mordacidade da crítica a sua bandeira, pouco ligando aos cânones de cada época, sejam eles sociais, culturais ou sexuais. De distribuição independente (Saliva Films), ou recorrendo a tecnologias de exploração da vivência do cinema, como o Odorama – raspadinha que liberta aromas –, os seus primeiros filmes têm como pano de fundo o olhar satírico sobre temas fraturantes como a delinquência, o divórcio, o alcoolismo, o adultério, a criminalidade, a sexualidade, a parentalidade, a religião, o fetichismo… que deixa no público o habitual sorriso de quem está perante o ridículo.

“Queer” está para lá da mera identificação com éles, gês, bês ou tês. É transgredir, é não estar alinhado com as convenções, é ir além do que se espera, é quebrar as instituições e ser cúmplice de alguma destruição moral.


O sexo e o género normalizados não abrem espaço para as expressões de gays, lésbicas, bissexuais e transgénero nem tampouco para o pansexual, o promosexual, o assexual, o autossexual e o poliamoroso. O próprio heterossexual pode ser “queer” ao não se sujeitar aos códigos-padrão.

Surge por oposição ao straight e as diferentes declinações do “queer” ganham formatos radicais e extremados. A crítica ao statu quo faz parte da transgressão e há revolta na demonstração política. As botas da tropa também são para elas e os meninos podem brincar com(o) bonecas. O desespero que leva à luta há de pagar-se em satisfação e alegria. 


A força de uma identidade é retirada do próprio insulto que lhe deu o nome. A intervenção faz-se pela quebra das barreiras da imagem e do pensamento. Meias de vidro com bigodes, flamingos com óculos escuros, santidade com pornografia.


Do estranho ao mau gosto, vale tudo para contar uma história. Laca, poliéster e maquilhagem de néon. A libertação aos olhos de todos. Rápido. Instantâneo. Responsivo.

John Waters e a sua visão da amplitude do conceito “queer” são os catalisadores para as criações.  


Formato 

Cada artista dispõe de oito minutos de apresentação para interpretar o conceito de cada edição do –mente num formato à sua escolha, sujeito apenas às condições do espaço, fazendo deste projeto um mostruário de pluralidade criativa, repleto de objetos artísticos multifacetados.


Objectivo 

Construir um objecto criativo inspirado na obra do realizador John Waters e no conceito “queer”. Esta edição do –mente propõe a cada artista convidado que crie um objecto artístico cujo ponto de partida seja o universo criativo de Waters em fusão as diferentes declinações de “queer”.

Ficha Artística

Concepção: Luiz Antunes, Luís Baião

Direção Artística: Luiz Antunes

Produção: Miguel Martinho, Luís Baião

Artistas Convidados: Fernando Santos – Déborah Kristall, João Grosso & Vítor d’Andrade & José Neves, Isabel Moreira, Dário Pacheco & José Aparício Gonçalves, Mónica Coteriano, António Onio, Cláudia Jardim

Apresentação: Eládio Clímaco  

DJ set: D.M.A ,Cláudia Armada e António Almada Guerra.  

Fotografia: @Sofia Ribeiro Trindade

Design: AH-HA

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