Não baixamos os braços.  Não soçobramos perante as dificuldades. Não cedemos à austeridade. Os nossos pensamentos florescem. As nossas ideias sucedem-se. Os nossos ideais robustecem-se. Queremos criar.

Em mais uma edição de –mente, queremos explorar a criatividade e a forma de prosseguir os processos criativos em tempo de crise. Recusamos a inevitabilidade do abandono da produção cultural devido à falta de recursos financeiros, mas nem por isso abraçamos a aplicação à cultura do provérbio segundo o qual a necessidade aguça o engenho. Queremos, isso sim, refletir sobre o papel da criatividade numa sociedade confrontada com problemas de subsistência graves e dominada pelo mediatismo quotidiano dos números que parecem querer esmagar toda a inspiração criativa – uma sociedade que, cada vez mais, parece olhar com desconfiança para a cultura. 

Convidamo-vos a partilhar connosco um momento de inspiração. Perguntamo-nos qual será o espaço reservado à criatividade num mundo cada vez mais árido?,  de que forma poderá a cultura ser a força motriz de uma mudança que regenere o ânimo da sociedade?, como poderemos questionar o status quo e precipitar o surgimento de uma inquietude coletiva perante a tecnocracia mecânica? 

“If we cut funding to the arts, then what are we fighting for?”

(citação atribuída a Winston Churchill, referindo-se aos cortes orçamentais justificados pelo esforço de guerra durante a Segunda Guerra Mundial)

Formato 

Cada artista dispõe de oito minutos de apresentação para interpretar o conceito do criativa-mente num formato à sua escolha.

Objectivo 

Construir um objecto criativo inspirado pelo conceito de criatividade. Esta ideia sugere um conjunto de outros temas: criação, génio, engenho, “desenrascanço”, inspiração, fertilidade, descoberta, invenção, novidade, repetição, solução, dificuldade, inovação.